Arquétipos na Arquitetura

Você já ouviu falar que as pessoas possuem padrões de comportamento e interpretação da sociedade que as definem? São os arquétipos, uma teoria ampla que compreende a personalidade dos indivíduos e forma de agir a partir de elementos básicos da psique humana.

E se esses traços de comportamento e personalidade definem a maneira de se portar e agir de uma pessoa, é natural conectar que isso vai influenciar nas suas preferências arquitetônicas e visuais.

Embora o campo de estudo dos arquétipos seja do início do século XX, a sua conexão com a arquitetura remonta mais recente, a partir dos anos 1960, quando ganhou popularidade e aprofundamento de pesquisa.

Para ter uma noção melhor do que são os arquétipos na arquitetura, primeiro precisamos entender do que se tratam esses padrões que vêm sendo amplamente considerados atualmente.

O que são arquétipos?

A teoria foi desenvolvida pelo psicólogo suíço Carl Jung, que acreditava que os arquétipos são elementos básicos da psique humana, provenientes de experiências ancestrais e compartilhadas ao longo da evolução da humanidade, que se manifestam na nossa cultura, forma de viver e se expressar.

Os arquétipos funcionam, então, como uma ferramenta para compreensão do comportamento humano, já que podemos ver sua manifestação em diversos âmbitos e aspectos da sociedade.

Conexão entre arquétipos e arquitetura

Aplicando à nossa realidade presente, os arquétipos se manifestam na arquitetura especialmente através da concepção e organização de espaços construídos. Eles representam a maneira como vamos entender os ambientes, as suas motivações, objetivos e como as pessoas que ali transitam podem se sentir a partir de determinado espaço.

A arquitetura, como forma de expressão humana, pode refletir os arquétipos presentes no inconsciente coletivo, transmitindo significados e emoções poderosas aos seus ocupantes e espectadores. Isso pode ser alcançado através da seleção de formas, proporções, materiais, simbolismos e espaços que ressoam com os arquétipos presentes na psique humana.

A incorporação consciente e intencional de arquétipos na arquitetura pode criar uma experiência significativa e profunda para as pessoas, conectando-as a uma sensação de identidade coletiva, transcendência e atemporalidade.

Os arquétipos na prática

Em termos práticos, os arquétipos se manifestam na arquitetura através do estilo de projeto que é pensado a partir do objetivo do ambiente e das pessoas que ali transitam.

Trazendo alguns exemplos, podemos observar o arquétipo do Amante, que é sensível e conectado com a sensação de amar e ser amado. Estas pessoas tendem a se sentir representadas com elementos que evocam intimidade e conexão.

Desta forma, é comum que eles prefiram o uso de cores quentes e materiais mais aconchegantes, como é o caso da madeira. Piso frio não é exatamente algo que o Amante gosta. Eles preferem texturas agradáveis e uma iluminação mais indireta. No paisagismo, uso de plantas exuberantes.

Já se tomarmos como modelo o arquétipo Explorador na arquitetura, ele se expressa através de elementos que evocam a curiosidade, a aventura, a descoberta e o contato com o mundo natural. Está sempre em busca de novas experiências e a conexão com a natureza.

Então, são projetos que levam em consideração a biofilia, privilegiando materiais orgânicos, espaços ao ar livre, muitas janelas e portas, tudo o que conecte com o exterior. O Explorador gosta de diferentes formas, como escadas espirais, pontes suspensas, curvas sinuosas. Tudo aquilo que desperte a sua curiosidade.

Os projetos priorizam paletas de cores que tragam a natureza como ponto principal, muito uso de luz natural, aromas agradáveis e materiais que convidam ao toque e à interação.

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